segunda-feira, 10 de maio de 2010

Quanto falta pra o futuro que sonhei?

Durante toda a graduação sonhamos com o dia em que conquistaremos enfim a tão sonhada realização profissional - O emprego certo na profissão que escolhemos com tanto carinho e cuidado.
A gente mal aproveita as amizadas da faculdade e aquela fase única querendo se dedicar aos estudos, sonhando com o futuro e esperando que tudo corra perfeitamente. Mesmo com tanta dedicação, no dia de pegar o canudo, junto da insegurança vem a pergunta ' Será que estou preparado?' A impressão que dá é que estamos tão vazios de conhecimento quanto quando começamos a estudar, e aí vem a resposta desesperadora 'Eu não to preparada!'.

O pior de tudo, não é a insegurança pós-graduação, o pior na verdade é a falta de oportunidade que grande parte dos recém formados sofre, e que só aumenta a insegurança que deveria ir embora com a chegada da primeira grande chance, onde nos lembraremos do porque escolhemos o que escolhemos, nos fazendo perceber enfim que estamos sim preparados.
É lamentável se dedicar tanto aos estudos e não conseguir emprego mesmo tendo se esforçado tanto. Insegurança todo mundo tem, já emprego, quem é que consegue hoje em dia?

Me formei em dezembro do ano passado e convivi com a minha insegurança durante todos esses quase seis meses, até conseguir a minha primeira entrevista.
O e-mail que me enviaram confirmando a data e o local surgiu em meio a muito desespero. Cansada é a palavra. Não aguentava mais esperar. Mesmo sem conseguir emprego, quase todos os recém formados que conheço fizeram várias entrevistas e eu aqui na mesma.

O emprego oferecido, embora fosse na minha área não era aquela coisa toda que eu esperava como primeira experiência. Na verdade era uma coisa totalmente inesperada "Monitoramento ao paciente por telefone". Isso mesmo, TELEMARKETING (Em uma definição menos assustadora, mas basicamente a mesma coisa), meu trauma (rs). Mas tudo bem dessa vez, pelomenos estaria na minha área, quem sabe aprenderia a gostar da coisa (ou não).

Apesar de ser a primeira entrevista depois de todos esses meses eu não estava nenhum pouco empolgada, nem ansiosa, nem afobada e nem nada disso. Mas tudo bem,  no grande dia acordei bem cedo, mesmo a entrevista sendo marcada pra o meio da tarde. Liguei o computador, conferi o email e o local agendado. Deveria estar ansiosa mas estava estranhamente tranquila, como se me sentisse confiante independente do resultado. O velho "O que tiver que ser será" rondava  minha cabeça a todo instante, provavelmente foi o que me manteve calma.

E lá vamos nós ao início da maratona de banho, roupa, cabelo e maquiagem...A única certaza que tinha era que sapato usar, de resto, decidi: "Seja o que Deus quiser". E foi!
Cheguei no local agendado com quase meia hora de antecedência, e uma das minhas concorrentes já estava lá. Nenhuma palavra até todas as outras candidatas chegarem e por fim a psicologa.
Lá vamos nós. Lembra que eu disse que estava calma? Pois é, no momento em que pisei meu sapatinho naquela sala com uma mesa redonda enorme no meio o nervosismo tomou conta de mim. Boca seca, tremedeira, suor e etc... "Meu Deus! Primeira entrevista!!! Esperei tanto por isso como eu pude estar tranquila até agora? Eu nem ensaiei nada pra falar! Que roupa é essa que eu vim?!" - Eu resmungando em pensamento.
Mesmo ouvindo a psicóloga dizer que o trabalho era de segunda à sábado das 13:00hs as 22:00hs e o salário era uma miséria, o nervosismo não passava. Ela pediu pra eu me apresentar e engasguei VERGONHOSAMENTE várias vezes. Sabe quando dá aquele branco no meio da frase? Tive várias crises esbranquiçadas enquanto me apresentava !! MICO!

É claro que depois disso eu não fiquei com a vaga (rs); Óbvio. Inclusive saí do prédio rindo de mim mesma. Dando graças a Deus por não conseguir aquele emprego.

Ok, eu estou desesperada por um emprego, isso é fato, mas o que seria de mim como profissional juntando a Enfermagem que foi a profissão que eu escolhi com tanto amor, a uma profissão que eu o-d-e-i-o ? Já pensaram no estrago? Eu não gosto nem de pensar.

Sei que como recém formada não tenho muito o que escolher, sem experiência na área ninguém te aceita (Péssimo admitir isso), mas até que ponto vale a pena se sacrificar? Será que todo o sacrificio que eu passei durante quatro anos pra poder enfim  pegar o meu diploma e dizer que sou graduada não conta em nada?

A quantos passos estamos nós, recém formados, de uma oportunidade decente?
Com toda a sinceridade, como brasileira, não gosto nem de pensar na resposta dessa pergunta.
Sério.

Vamos esperar dormindo, vamo?

Beijos FUI.

2 comentários:

  1. Realmente gata.
    Aqui no Brasil, se você não tiver experiência, suas chances de conseguir um bom emprego caem pela metadade! Mas a pergunta é: 'Se ninguém me dá uma primeira oportunidade, como vou começar a desenvolver o meu lado profissional?'

    Tenho mandado muitos curriculos pela internet, entrando em contato com as empresas, indo no centro de SP, mas eles sempre exigem uma experiência que eu não tenho.
    Fico com medo, porque se para achar um 'auxiliar de escritório', 'recepcionista' ou coisa assim, já está difícil... quando eu estiver formada em Letras, a coisa vai ficar preta!

    Quando dizem que a quantidade de vagas de emprego em SP duplicou, eu concordo. Você vai no centro de SP e encontra 800.000 plaquinhas:

    OPERADORES DE TELEMARKETING - 800 vagas
    início imediato; R$ 480,00 + VT e VR

    Se o brasileiro quiser passar seus meses se extressando, perdendo a voz, ganhando pouco e tabalhando frustrado, essa é a saída!
    É triste, tem muita gente com pique para testar o que aprendeu na faculdade, nos cursos técnicos, mas falta oportunidades que os valorizem.

    ADOREI o post!
    aaah, vou fazer mais alguns templates e coloco lá!
    HEE
    Beeeeeeeeeeeeeijos

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  2. Ri demais. É a minha cara! heehe Eu estudo teologia e trabalho em contabilidade. Mandei a contabilidade ir para o inferno, e estou desempregado. Ainda estou no 4º semestre do curso... enfim: desempregado, mas por opção!

    Adorei o blog

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